Vejo tanta gente querendo chegar no topo da vida, no lugar mais alto do prédio, alçar a maior subida. Vejo aqueles que reclamam por não terem nascido no topo, por seu prato está meio sem gosto, viver com tanto desgosto. Observo também aqueles que pulam degraús, esquecem alguns galhos, tentam enganar o tempo. Observo mais a mim mesmo, que com tanto desejo de crescer acabei por cair inúmeras vezes. Me imaginava um Falcão, pequeno mas veloz. E fui vivendo assim. Quero subir verticalmente até o mais alto lugar do céu, ultrapassar as nuvens, me livrar da gravidade. Sempre conseguia chegar bem alto! Lá em cima! Quase não dava pra ver vocês aqui em baixo. Mas, como é natural, eu cansava e chegava como um foguete no chão, um pássaro sem controle caindo no chão.
Sabe. Talvez eu não devesse tentar subir verticalmente. Talvez eu devesse ir marcando pontos nos horizonte pelos quais subir. Montanhas, árvores, prédios. Só assim poderia descansar antes de voar novamente. É, acho que meu plano de vôo estava errado. Já chega de cair tanto lá do alto.
Até o pássaro que voou mais alto um dia já topou no chão.
Câmbio, desligo.