Sei não, mas as vezes acho que minha sanidade é meio louca, que minha roupa dupla-face está ao contrário, que meu cabelo é raspado ou que o céu é no chão. Por tempos penso que o relento é feito de vento, que a amizade de saudade, que no amor não tem paixão. E quando paro pra pensar, percebo que tudo isso é verdade no fundo da minha imaginação. Que até o céu é de pedra, que o mar é um oceano de fogo congelado e um iceberg só é calor derretido. Tudo isso, claro, não tem o menor sentido. É que meu foco se perde, minha consciência adormece e o coração acelera, tudo isso como numa máquina velha ao perceber o cheiro. Aquele mesmo que eu já disse sentir, que transforma meio mundo de coisa em mim e me deixa aqui assim. Escrevendo sem parar, sem parar pra pensar, porque se eu parasse pra ler apagaria tudo com um del, ou jogaria tudo na lixeira, talvez até trancasse no coração. Mas coração meu tá fechado, como quem guarda recado ou até mesmo a chave de um báu. Coração meu tá lacrado como um corrégo de um antigo rio que o homem desviou. Só sei que já chega por hoje, é melhor ficar por aqui. Fechar o báu mais uma vez, pois pode ser supresa pra vocês, mas o que tá guardado é exposto e o trago aqui já não é novo. É tudo pura ilusão, criada por um coração que no meio de tantos é único, como um feitiço vagabundo que me desnorteia e derruba e desliga meu pc. Talvez só um pouco mais de mágia, daquelas de mentirinha, ou pode ser de verdade, contanto que não me mate, estarei disposto a sentir. Mas não agora, não aqui.
sábado, 30 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Carga
Gosto de olhar pras nuvens, observar suas formas e imaginar suas cores. Sim, gosto de deitar na grama e olhar pra cima, me perder naquela imensidão, como quem assisti uma peça de teatro. Vejo os carneirinhos correndo, a chapeuzinho passeando, pássaros voando rápido em contraste com aqueles que de tão devagar parecem estar parado, aqueles feitos de nuvens. Eu gosto de ser criança, de não me preocupar com as coisas, de viver de um jeito leve, mesmo que dure pouco. As vezes é bom botar toda a carga no chão por um pequeno momento, deixar a vida relaxar um pouco, seu corpo respirar e sua mente expandir. Só preste atenção onde você vai descarregar essa bagagem, cuidado pra não molhar, sujar, queimar ou quebrar sua carga, você vai precisar dela pra continuar sua trilha...
Câmbio, desligo.
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