quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A dor.. a coisa que mais dói na dor é o medo da dor. Como muitos dizem ela pode não passar de uma ilusão, realmente.. mas todos sabem, é uma ilusão que dói. Tanto a dor fisica como a emocional. Elas doem. E eu não gosto de sentir dor. Quando era pequeno entrei em um esporte em que eu sentiria muita dor. Lá meu grande Sensei me ensinou a sofrer. Ele sempre dizia que algo torna-se quase que insignificante quando torna-se normal. Então eu sofria em todos os treinos. No café da manhã me feriam, na hora do almoço me machucavam, na hora do jantar me batiam. A dor passou a ser companheira.

Cheguei um dia e falei ao meu Sensei "Draúsio, eu não paro de sentir dor". Ele me socou a barriga com força, eu olhei-o surpreso. Ele perguntou: - Isso doeu?
Respondi:  - Claro! Eu não sou de aço!
Sensei: - E qual o motivo para você não está no chão chorando agora? Essa dor foi muito menor do que você sentiria antes do nosso treinamento?

Passei muitos dias pensando nisso. Realmente, a dor era a mesma mais eu estava acostumado com ela e sabia como controlar. Assim como a dor que é algo tão forte mais que pode  tornar-se  comum , muitas outras coisas também podem. Coisas das quais inconscientemente nos privamos da sua beleza. Coisas das quais, ao contrário da dor, poderiam nos trazer um bem-estar, um sorriso de felicidade.
Aquela simples brisa que passa a toda hora mais que sem ela reclamaríamos do calor intenso. Aquele velho amigo que está ao nosso lado a todo momento mas que não notamos, a não ser quando o perdemos, ai percebemos  o quanto ele era importante para nós. Aquele cachorro que quando chegamos pula em nossos braços e nos baba todo, do qual reclamos todos os dias, sentimos sua falta quando se vai. Aquele avô, que já não está mais ao meu lado, que enquanto o teve nunca imaginou o quanto ele poderia fazer falta, e agora, anos depois, senti sua falta.

Após reler esse texto eu mesmo tentarei dar maior atenção a essas coisas simples do coração. Por mais que eu tenha escrito tudo isso eu ainda não tinha me dado conta da importância de tudo que foi escrito até agora. Meus pais, minha irmã, meus amigos-irmãos e amigas-irmãs, amigos e amigas, colegas e até meus opositores. TUDO na vida é belo e tem um motivo para ser. DEUS. Ele sabe o quanto precisamos apreciar os bons momentos e filtrar os maus.

Eu realmente gostaria que tudo isso que escrevi ajudasse alguém igual ajudou a mim. Muito obrigado por ter vindo aqui hoje e gastado um pouco do seu tempo lendo o que escrevo, minha vaidade curti isso. E que tudo se torne algo bem mais claro do que a dez segundos atrás, porque tudo se transforma e nada, nem o tempo se vai por completo. Só muda. Eu não sou o mesmo Neto que começou esse texto, nem você a mesma pessoa que iniciou a leitura.

Câmbio, desligo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Enquanto a minha mente gerar perguntas das quais eu não tenha respostas continuarei a escrever. Porque com as minhas palavras eu posso formular as respostas que eu quiser, se vão leva-las a sério, ou não, é com vocês. E o mais misterioso é a surpresa que cada linha me traz, é como tirar um lenço de cima de uma pintura, ela aparece aos poucos e se mostra o que realmente é. Mesmo que esteja dentro de você, sem você perceber.

Câmbio, desligo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Meus tantos Eus

Boa parte de mim é sincera, já a outra é teatro.
Grande parte mim é sorriso, já a outra... desespero.
Boa parte de mim não conhece as regras, a outra quer quebrá-las.
Grande parte de mim é carnaval, já a outra é cansaço.

Boa parte de mim sou eu. Mas a outra eu não sei.
Boa parte de mim tem pesadelos. A outra já não dorme mais.
Boa parte de mim faz canções. A outra as rasga.
Boa parte de mim se apaixona. Mas a outra tem raiva.
Boa parte de mim apaixona. Já a outra maltrata.

Eu queria ser feito de um inteiro, a minha metade também.

Grande parte de mim é ousada, enquanto a outra me usa.
Grande parte de mim só grita, enquanto a outra não fala.
Grande parte do que escuto é silêncio, outra parte é solidão.
Grande parte do que vejo não existe, mas muitas vezes o que existe eu não vejo.
Grande parte da minha vida é passado, o presente é pouco e o futuro não chega.
Grande parte do que penso é mentira e a outra parte não passa de sofismas.

Que minhas palavras não sejam lidas com um objetivo pré-definido, mas que definam algum objetivo. Que a minha companhia para mim mesmo torne-se menos constrangedora e mais acolhedora. Que meu coração nunca deixe de amar. Que minha mente não pare de pensar. Que as palavras não cansem de sair. Que o fim de tudo que sempre acreditei não me leve para meu fim e que o espelho só reflita a mim.

E que os poucos fatos que aqui vos digo não caiam mais sobre quem vos fala. E que para as muitas palavras que aqui escrevo vocês encontrem significado. E que o significado para elas seja o que eu não consegui achar. E quando acharem me avisem, ficarei feliz de escutar.

E enquanto o meu coração bate loucamente, bate mais forte que a mente, vou me preparando pra parar. E que quando mais tarde me procure... eu ache. E quando mais longe eu me esconda... me encontre . Só assim me fundirei comigo mesmo para me formar. Quem sabe assim eu ache as repostas para as perguntas prontas que venho a formular. Quem sabe assim eu compreenda que não se pode assim achar.

Que a voz que dei a essas palavras seja realmente mais leve que o ar e consiga chegar, seja onde for. Que passe por orvalhos de primaveras ou noites de aquarelas, mas que chegue lá. E por aqui, agora sim, eu vou ficar. Porque grande parte de mim é amor, a outra parte? Também.

Câmbio, desligo. 

Uma espécie de releitura do poema de Oswaldo Montenegro - Metade.
Eu só queria um pouco mais de sanindade... Daquelas bem loucas.









Câmbio, desligo.

Tô indo pra faculdade, acho que sexta começo alguns post's juridicos ;x mas a linguaguem não vai ser muito tecnica não... acho que irão gostar (:

;*

domingo, 31 de janeiro de 2010

Se controlar

É a gente se segurar... sentir mas não demonstrar. Tentar não correr ao encontrar... não falar, não mencionar. Segurar a mão que louca quer segurar, guardar o abraço que insiste em abraçar, não se conter e tocar, ver... se emocionar. Por dentro começar a chorar... por fora rir e acenar. E enquanto por dentro morre de tanto gritar... por fora nem o silêncio quer falar.

A felicidade esta no olhar, a vida tranquila esta no ar, mas o brilho dos olhos parece até revelar o que já foi sonho a beira-mar. Os pensamentos loucos a voar, a mão suando a procurar, a boca seca sem falar, a mão acenando deixando escapar. E mais uma vez você vai ver... a vida já não é o que deveria ser. Mas isso só o tempo há de mudar... e novamente, eu volto à beira-mar, surfar, relaxar... flutuar e descansar.

Câmbio, desligo.