sábado, 11 de junho de 2011

Sempre fui bom em conhecer as pessoas, olhar dentro delas. Nunca vi nada escuro, ou tão transparente que me fizesse não enxergar. Sempre fui frio e calculista, observador e reservado, pelo menos com o que eu queria ser. Sempre tive o dom de mostrar as pessoas o que elas queriam ver, deixando os meus segredos guardados e minhas flores murchas invisiveis. Só que em alguns momentos, coisas lhe surpreendem. Talvez seja só mágia mesmo, mas eu não sei se você é fada ou bruxa. Meninas, geralmente, são só meninas, nada mais. Algumas eu vejo de longe, são fadas gentis e alegres que tendem a cantar o mundo. Outras, vejo de perto, são bruxas que encantam o mundo com seu jeito sensual e vistoso, fazendo todo homem virar bobo pra depois os devorar. E agora eu encontrei alguém um tanto quanto diferente, nem menina, nem bruxa, nem fada.. Acaba por me surpreender e esconder diversas coisas que quer mostrar. E isso me instiga, me faz querer olhar. E sabe, a curiosidade é uma grande motivadora. Dai, encontro-me agora interessado nas palavras escritas, tentando, de todo modo, encontrar pistas pra te decifrar. Se algum dia conseguir, acho que o interesse termina e o encanto se quebra. Será que vou querer abrir a última porta?
O meu porão irei reforçar.

Percebi que existe uma porta em todo próximo dia.. E agora? Acho que um encanto assim fica complicado de se quebrar, se estraçalhar. Então vou continuar desse modo, um dia após o outro, abrindo com cuidado todas as portas que encontrar, desvendando os segredos que tanto querem falar.. E meus segredos? Eles escapam pelo meu olhar.

Câmbio, desligo.
É que as vezes as coisas de mentirinha se transformam em verdade, trazendo confusão no meio da calmaria, fazendo com que barco vire ventânia ou que o mar tenha peixe de rio. E quando isso acontece, não importa quanto tempo leve, é complicado de se reverter, porque a verdade é certa, mas aquela que já foi mentira, mentira nunca deixará de ser.

Câmbio, desligo.
É que as vezes parece que o mundo desaba mesmo, que o chão se rompe e o céu vem abaixo. Parece que o rio, aquele em que você tanto nadou, secou, que as ondas sumiram do mar, que o vento deixou de soprar. São nesses momentos, quando a tempestade está no seu auge, que você percebe o quão forte você é. Talvez seja necessario um anjo, que sem saber de nada pousa ao seu lado, com suas asas grandes, mas um pouco desnorteado. Um anjo desavisado, que não tem idéia do perigo no qual está se metendo, talvez por isso, não corra perigo. É, um certo anjo me falou que sou forte e que não desmorronarei. Resolvi acreditar, mas para isso vou me retirar um pouco. Pois tenho que me esforçar pro anjo continuar certo.

A ferida agora tá aberta. O pior é que ela não é proveniente de um lobo peludo, ou mesmo dos mortos-vivos. Ela veio de dentro de mim. São essas que são dificeis de se curar. Ah, que saudade daquele corte no rosto e daquela costela quebrada em batalha, parecem doces agora.

/vou dividir com vocês, que nem sei se existem, textos que fiz há algum tempo.