quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não perca tempo.

Vidas sofridas.
Vidas nobres, vidas vida.
Daquelas que apertam o coração.
Vidas sem verão.

Achei quem nunca teve férias
E também quem não sai delas.

Talvez um pouco de pão,
outro tanto de feijão.
Em algumas casas encontrei esperança
em outras nem tanta.
Talvez uma pitada de alegria
misturada com a dor,
com o desespero e o amor
de quem vive assim,
sem água encanada ou gasolina,
sem comida da boa ou tv,
sem carro ou sem quarto
vivendo só de vida, vida que mesmo sofrida,
lutam para manter.

Mas muito mais que isso
Achei simpliscidade,
descobri gratidão.

Presenciei um sorriso sem pudor
no meio de tanto sofrimento.
Sorriso que vem de dentro
sem esforço ou empurrão.
Sorriso de coração.

Do coração de uma criança
que no meio da lama
brinca com uma bola rasgada
e no meio de uma pernada
escorrega e vai ao chão.
Fiquei um tanto quanto tocado,
sentido e emocionado.
Jurando mudar esse quadro
de pobreza e humilhação.
Mas agora cá estou
sentando em frente ao meu computador,
de banho tomado e barriga cheia,
ar ligado e pé na meia,
falando do sofrimento de um povo
que só lamento não poder ajudar.
E fico sentado.
Sigo sentado.

Mas, vocês que provavelmente nunca lerão isso aqui,
até porque não sabem ler,
não pensem que estou parado,
só falei que estou sentado.

Câmbio, desligo.

Um comentário:

  1. Meu caro Castro, sempre escvrevendo coisas maravilhosas né?! Acho que o maior problema do ser humano não é ficar sentado, é ficar parada, permanecer imutável ao que acontece do lado de fora, espero que com esse texto você consiga mudar o pensamento de algumas pessoas.

    Abraço.

    ResponderExcluir