quinta-feira, 10 de junho de 2010

Deito, fecho os olhos e tento dormir. Forço isso porque o sono vem mas não quer tomar conta. Viro para um lado, para o outro e nada. Mudo o local do travesseiro, afasto o edredon, troco de posição novamente, mas nada acontece. Fico ali, tentando não pensar em nada, mas é assim que tudo me vem a cabeça. Acendo a luz. Sento um pouco, volto a deitar. A luz é forte, tem algo voando ao seu redor, talvez um inseto que ficou trancado em meu quarto e ainda não percebeu que o ar vai ficar gelado demais para ele continuar a voar. Opa, ele é grande. Pensando bem, não pode ser um inseto, é grande demais para isso. Talvez um pássaro? Daqueles coitados que entram pela janela e ficam presos? Talvez seja um beija-flor, pois suas asas batem rápido demais, mais rápido que o normal. Ah, mas que bom! Bem que eu precisava de um beija-flor, tenho que mandar um recado e me falaram que ele é um ótimo mensageiro. Vou levantar-me. Estico minha mão para chamar sua atenção. Ele não me vê. Grito, ele parece ser surdo esse. Ah, pobre coitado. Espera, lá no alto do prédio estou vendo alguma coisa. Sou eu! Ah, vou me matar? - NÃO, IDIOTA! NÃO FAZ ISSO! EU AINDA QUERO VIVER! - Que droga, eu não me ouvi e pulei, agora é só esperar o baque forte para sentir meu sangue respingar em mim. Uau! Estou voando! Sempre quis voar! Dei um vôo rasante que quase me derruba. Como é maravilhosa essa sensação... Incrivel. E a vista, como é linda. Agora vejo a cidadezinha na qual cresci. Aquela velha igreja com aquela praça de tantas histórias. O rio, onde tanto me banhei. Lá estou eu, brincando de cavalo com um cabo de vassoura. É, eu sou criança. Eu e meus amigos nos divertindo à beça. Espera, tem alguém me chamando. Já vi onde é. É minha mãe, vou lá saber o que ela quer, mas eu não queria parar de voar, eu sei, eu sei, é minha mãe. Pergunto o que aconteceu. Ela me responde que minha namorada acabou de ligar e pediu que eu passasse por lá, parece que estava com febre. Entro no carro e chego na casa dela. É, ela está um pouco quente. Ou é minha mão? Será que sou eu que estou com febre? Pensando bem, estive com essa sensação em algum momento, mas não consigo lembrar quando. Ela diz que me ama e que tudo irá ficar bem, então estamos numa praia, minha familia esta conosco. Sabe, acho que estou melhor, vou surfar um pouco. Como as ondas estão legais. Prancha em baixo do braço e vamos lá. Começo a remar... CARA, QUE ONDA GIGANTE! Que droga, ela vai quebrar em cima de mim!
Estou todo molhado em cima da minha cama ardendo em febre. Merda, era só um sonho. Mas é tão bom voar..

Câmbio, desligo.

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